A Certain Ratio

Fac 35

A Certain Ratio, era a porção de sangue judeu que definia, segundo Hitler, se uma pessoa era ou não judia. Este termo influenciou a música de Brian Eno "The True Wheel", mas também a banda formada por Peter Terrell, Simon Topping, e Martha Tilson. Estávamos em Manchester em 1977 e o nome da banda não deixou de suscitar grande polémica.
Surgidos no movimento punk rock então em voga, juntaram elementos da música funk e dance, onde se escutam as referências de Brian Eno, Kraftwerk, Funkadelic, e Cabaret Voltaire.


A formação da banda passou por várias alterações tendo saído os elementos fundadores, Martha Tilson e Peter Terrel em 1982, e Simon Topping em 1983 que sai para os Quando Quango. As entradas de Martin Moscrop , Jeremy Kerr e Donald Johnson neste período tornam-os nos membros mais antigos mantendo os A CERTAIN RATIO (ACR) até hoje. Foram ainda várias as entradas e saídas da banda, mas a que se salienta é a entrada em 1982 de Andy Connell que sairia em 1985 para os Swing Out Sister.

Quem tocava em Manchester nos finais dos anos de 70, não deixava de orbitar em torno de Tony Wilson, que os leva para a Factory Records.
Em 1979 lançam o seu primeiro single "All Night Party/The Thin Boys", e actuam como banda de suporte dos Joy Division em inúmeros concertos. No filme “24 Hour Party People”, Tony Wilson refere-se aos ACR como os Joy Divison, mas melhor vestidos.
1980 é o ano em que chega o seu primeiro álbum “The Graveyard and the Ballroom", no formato cassete e que continha temas gravado ao vivo mas também alguns gravados em estúdio.

O furor que se sentia em Manchester, como que se transfere para Nova Iorque, em 1980. As bandas começam então a dividir-se entre as duas cidades e os ACR não foram excepção. É em New Jersey, nos estúdios EARS que gravam o seu segundo álbum, “To Each…”, produzido por Martin Hannett. O álbum não tem um parto fácil. Antes de Martin Hannett ter hipótese de gravar os temas, um engenheiro do estúdio onde faziam as gravações inutilizou a mistura original das trilhas, obrigando-o a remisturar tudo. No entanto em Janeiro de 1981 “To Each…” é colocado à venda.
Não tardam a voltar a estúdio e produzem “Sextet” que sai em 1982. Passam por um período de grande reconhecimento fazendo tournées por toda a Europa e dando um salto aos Estados Unidos sempre que possível. Ainda no mesmo ano editam “I'd Like To See You Again” para só voltar aos estúdios em 1986, ano em que gravam “Force”, o ultimo álbum editado pela Factory Records.
O ano de 1987 é um ano repleto de concertos e, juntamente com os New Order e os Happy Mondays, marcam o chamado período de “Madchester”.
Em 1988 decidem investir num estúdio próprio e lançam-se na concepção de “Good Together” um álbum com sonoridade Pop que vê a luz do dia em 1989 sob a égide da A&M Records. Ainda nesta etiqueta surge o mini álbum “acr:mcr” em 1990.
O agente dos Joy Division , Rob Gretton que havia criado a sua própria editora convence-os a mudar para a sua etiqueta e lançam em 1992, “Up In Downsville”. Regressam a estúdio apenas em 1997 para lançar “Change the Station”.
A carreira discográfica dos ACR foi ainda profícua em singles e reedições, sendo “Flight" "Shack Up" e "Do the Du" os seus temas mais representativos. O projecto musical permanece ao longo dos anos com participações em concertos e o seu legado pode ser encontrado em bandas como os LCD Soundsystem ou The Rapture.

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